Maioria das empresas não sabe lidar com problemas psicológicos dos funcionários.
Fonte: Camila de Oliveira, do R7
Problemas causados pelo estresse - depressão, alcoolismo, hipertensão, dor de cabeça e outros - levaram 1,3 milhão de brasileiros a se afastarem do trabalho e receberem auxílio-doença, segundo uma pesquisa recente da UnB (Universidade de Brasília), divulgada no começo de abril.
O estudo também mapeou as principais causas de afastamento dos trabalhadores. Entre os principais motivos, além dos problemas mentais decorrentes do estresse, está a esquizofrenia.
Para Anadergh Barbosa Branco, professora de medicina do trabalho da UnB e autora do estudo, a falta de um exame preciso que comprove distúrbios psicológicos, como a depressão, faz com que os funcionários nesse estágio de estresse não saibam lidar com o problema, assim como a maioria das empresas.
O número de funcionários afastados, registrado em 2008, é preocupante e mostra a sociedade como "criadora de uma legião de incapacitados", afirma Anadergh.
"As doenças da mente representam cada vez mais um fator importante [de afastamento no trabalho], com maior curso e duração, e estão crescendo em quantidade. Há um custo social alto para o governo e para a sociedade. É preciso acordar para isso", diz.
Dentro do trabalho, as causas do quadro depressivo podem ser inúmeras: cobranças incessantes e assédio moral, por exemplo.
Já do lado de fora, o fim de um relacionamento e a perda de um parente querido podem motivar tristeza profunda e dificuldade para lidar com o dia a dia.
O mais importante após o diagnóstico, independente do nível de estresse, é procurar tratamento imediato. Anadergh afirma que isso requer, inevitavelmente, afastamento temporário da rotina do emprego.
Não é frescura. Visto como "frescura" por patrões despreparados, o estresse leve pode levar a prejuízos maiores se não for tratado com urgência.
Segundo uma pesquisa da Universidade de Bristol, na Grã-Bretanha, mesmo os "estressados leves" acabam incapacitados ao longo do tempo.
Mais de 17 mil trabalhadores na região de Estocolmo, na Suécia, foram avaliados entre 2002 e 2007. No período, 649 passaram a receber ajuda por problemas de saúde a longo prazo; 203 tiveram danos psicológicos; e boa parte do grupo restante acabou afastado por desgaste físico.
Mesmo o estresse leve aumenta em 70% a necessidade de afastamento do trabalho. Isso acontece mesmo se forem considerados fatores externos que influenciam os resultados da pesquisa, como uso de álcool.
Ao menos 66% dos entrevistados na pesquisa britânica pediram afastamento do trabalho por problemas mentais.
O estudo também mapeou as principais causas de afastamento dos trabalhadores. Entre os principais motivos, além dos problemas mentais decorrentes do estresse, está a esquizofrenia.
Para Anadergh Barbosa Branco, professora de medicina do trabalho da UnB e autora do estudo, a falta de um exame preciso que comprove distúrbios psicológicos, como a depressão, faz com que os funcionários nesse estágio de estresse não saibam lidar com o problema, assim como a maioria das empresas.
O número de funcionários afastados, registrado em 2008, é preocupante e mostra a sociedade como "criadora de uma legião de incapacitados", afirma Anadergh.
"As doenças da mente representam cada vez mais um fator importante [de afastamento no trabalho], com maior curso e duração, e estão crescendo em quantidade. Há um custo social alto para o governo e para a sociedade. É preciso acordar para isso", diz.
Dentro do trabalho, as causas do quadro depressivo podem ser inúmeras: cobranças incessantes e assédio moral, por exemplo.
Já do lado de fora, o fim de um relacionamento e a perda de um parente querido podem motivar tristeza profunda e dificuldade para lidar com o dia a dia.
O mais importante após o diagnóstico, independente do nível de estresse, é procurar tratamento imediato. Anadergh afirma que isso requer, inevitavelmente, afastamento temporário da rotina do emprego.
Não é frescura. Visto como "frescura" por patrões despreparados, o estresse leve pode levar a prejuízos maiores se não for tratado com urgência.
Segundo uma pesquisa da Universidade de Bristol, na Grã-Bretanha, mesmo os "estressados leves" acabam incapacitados ao longo do tempo.
Mais de 17 mil trabalhadores na região de Estocolmo, na Suécia, foram avaliados entre 2002 e 2007. No período, 649 passaram a receber ajuda por problemas de saúde a longo prazo; 203 tiveram danos psicológicos; e boa parte do grupo restante acabou afastado por desgaste físico.
Mesmo o estresse leve aumenta em 70% a necessidade de afastamento do trabalho. Isso acontece mesmo se forem considerados fatores externos que influenciam os resultados da pesquisa, como uso de álcool.
Ao menos 66% dos entrevistados na pesquisa britânica pediram afastamento do trabalho por problemas mentais.
Sofrimento constante. Estar triste ou preocupado por uma coisa pontual é normal, mas é preciso ficar atento se o sofrimento é constante, diz a presidente da Isma-BR (Associação Internacional de Cuidados com o Estresse, em tradução do inglês), Ana Maria Rossi.
Sintomas físicos como tensões musculares, dores de cabeça e dores no intestino são características de quem precisa de tratamento médico e não está se cuidando como deveria. Também há sinais emocionais, como ansiedade, culpa, depressão e raiva, que levam a ações inadequadas e "explosões" no trabalho.
No Brasil não é diferente. Além das estatísticas levantadas pela UnB, a Isma aponta que 70% da população brasileira sofrem de estresse. Desse total, 30% apresentam burnout, que é o estado de exaustão física e mental que pode levar à depressão e até ao suicídio.
Ana Maria também chama a atenção para os prejuízos significativos com isso, já que o auxílio-doença é cedido pelo Ministério da Previdência, ou seja, tem origem em dinheiro público.
"Estimamos que [o prejuízo] seja de 3,5% do PIB [Produto Interno Bruto] do país, considerando faltas, ausência na empresa, presenteísmo [quando a pessoa está fisicamente no local, mas alheia ao que faz], e a licença-médica, com os problemas todos de saúde. O prejuízo maior é do trabalhador, que prejudica o seu bem maior, que é a sua saúde", afirma.
Sintomas físicos como tensões musculares, dores de cabeça e dores no intestino são características de quem precisa de tratamento médico e não está se cuidando como deveria. Também há sinais emocionais, como ansiedade, culpa, depressão e raiva, que levam a ações inadequadas e "explosões" no trabalho.
No Brasil não é diferente. Além das estatísticas levantadas pela UnB, a Isma aponta que 70% da população brasileira sofrem de estresse. Desse total, 30% apresentam burnout, que é o estado de exaustão física e mental que pode levar à depressão e até ao suicídio.
Ana Maria também chama a atenção para os prejuízos significativos com isso, já que o auxílio-doença é cedido pelo Ministério da Previdência, ou seja, tem origem em dinheiro público.
"Estimamos que [o prejuízo] seja de 3,5% do PIB [Produto Interno Bruto] do país, considerando faltas, ausência na empresa, presenteísmo [quando a pessoa está fisicamente no local, mas alheia ao que faz], e a licença-médica, com os problemas todos de saúde. O prejuízo maior é do trabalhador, que prejudica o seu bem maior, que é a sua saúde", afirma.
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