Por Lyvia Justino, especial para o Blog, em São Paulo (SP)
O presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos Seccional São Paulo (ABRH/SP), Wagner Brunini, durante palestra no 5º Congresso Nacional das empresas de trabalho temporário e de serviços especializados – CONETT 2011, ressaltou a importância da qualificação dos trabalhadores para se aproveitar o bom momento econômico que o Brasil vive nessa década. “O crescimento médio esperado para a década é de 5%. Em breve seremos a quinta maior economia do mundo. Em termos de competitividade somos o 58º, o IDH, o 73º e o desenvolvimento educacional o 88º. Temos um descompasso nesse cenário que vai se agravar porque não temos mão de obra e, por conta disso, não temos possibilidade de atender a uma demanda que o mercado solicita”, afirma.
Para Brunini, é indiscutível que o Brasil vive um cenário de desenvolvimento excepcional, que deve ser aproveitado pelas empresas. Para isso, é necessário melhorar a educação do país, que está muito aquém do que é preciso. “Teremos uma onda de crescimento nos próximos dez anos. É o momento de olharmos de que maneira podemos contribuir e aproveitar esse momento que o país vive. Precisamos ter mão de obra qualificada para enfrentar um mercado em crescimento e não podemos perder esse momento. O desafio passa pela educação. Temos que buscar soluções inovadoras, fortalecer a educação, integrar talentos e recursos. Se estamos buscando ser um país competitivo, temos que ter mão de obra qualificada”, ressaltou.
De acordo com o diretor, a falta de mão de obra qualificada pode atrapalhar o crescimento esperado para o Brasil nos próximos anos. “Temos que ser competidores e isso se consegue com mão de obra qualificada. Profissional qualificado gera competitividade, qualidade e um produto final com menos custo porque tenho menos problemas, menos desperdício”.
Outro ponto destacado por Brunini, em conversa exclusiva com o Blog do Trabalho, é que o profissional é ator importantíssimo nesse cenário de qualificação. Serão exigidas competências cada vez maiores dos profissionais. Se ele não investir em si, não tem espaço na empresa. Se quer aproveitar o momento tem que fazer parte do jogo e procurar se qualificar, investir no seu lado profissional. Existem funcionários que esperam o que a empresa vai fazer por eles. E isso não é o suficiente para que o mercado precisa”, comenta.
Wagner Brunini explicou que esse apagão leva a um aumento dos salários, a volta de aposentados ao mercado de trabalho e a importação de mão de obra. “Não são profissionais amplamente qualificados que estão faltando, são todos os profissionais. Isso reflete na inflação dos salários dentro das empresas, de acordo com a lei da oferta e da procura. São impactos sentidos que há dez anos eram impensáveis que viveríamos”.
Entre as saídas apontadas pelo palestrante está a retenção de talentos, tanto nos alto cargos como no chão de fabrica; políticas de gestão de pessoas mais flexíveis dentro das empresas, flexibilizando, por exemplo, critérios de seleção; investir e valorizar o menor aprendiz, estagiários e trainees; promover a educação e ser parceiro das universidades; e ter um bom ambiente de trabalho, sabendo valorizar seus trabalhadores. “Escutamos muito que treinamento não é despesa, é investimento. E esse é nosso desafio”, finaliza.
Fonte: Blog do Trabalho/MTE
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