A evolução do conceito de risco

por: Carlos Gomes de Oliveira


A característica que define um ser vivo e o diferencia da matéria inanimada é, certa­mente, a sua capacidade de sobrevivência.
Seja esta entendida em termos do indivíduo, seja como comunidade.

Tropismos, reflexos, instintos, adaptabilidade ao meio, ciclos de vida e, naturalmente, ações racionais, ponderadas e assumidas, são a manifestação desta capacidade.

A cooperação entre indivíduos levou à formação de comunidades, por vezes muito com­plexas, onde a pressão da necessidade de resistir ao meio envolvente – e, naturalmente, de evoluir – implica, muitas vezes, o sacrifício individual para que a sobrevivência do grupo fique assegurada.
Conhecer os perigos, encontrar maneiras de controlar as situações de risco, desenvolver técnicas de proteção, procurar produtos e materiais mais seguros, aplicar os conhecimentos adquiridos a uma filosofia de preservação, foram passos importantes que caracterizaram a evolução humana ao longo da sua existência.
Ao princípio, a necessidade de proteção dominava as preocupações individuais. Só muito lenta­mente – em termos históricos – a noção de proteção individual foi sendo substituída pela da pro­teção da tribo, da nação, do país, do grupo étnico ou civilizacional e só muito mais tarde pela da proteção da espécie.
Com o desenvolvimento da espécie humana, os fatores racional e organizativo passa­ram a ser fundamentais e, com eles, foi-se estabelecendo e individualizando o conceito de prevenção, ou seja, a capacidade de atuar antes que algo indesejável aconteça.
A cooperação tornou-se numa forma de troca de bens e de serviços e, com ela, apareceu a prática da prestação de trabalho, cada vez mais organizada, especializada e diversificada. E com o trabalho apareceram aqueles acidentes que, especificamente, com ele se relacionavam, onde era possível estabelecer um nexo de causalidade.

Fonte: Revista Segurança

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