Acidentes de trabalho aumentaram 103% no Ceará

Nos últimos cinco anos, os acidentes de trabalho aumentaram 103% no Ceará. O fato decorreu do crescimento no número de ocupações com o aquecimento da economia, especialmente na construção civil, e do despreparo de empregadores e empregados em relação à prevenção de acidentes.

Essa é uma questão presente em todo o País, embora atenuada em algumas regiões, ou mais acentuada em outras, de acordo com a escala de obediência das normas de segurança do trabalho. As consequências dos acidentes se refletem nas famílias, quando há perdas de parentes ou aposentadorias por invalidez, e no orçamento da Previdência Social.

O custo dos sinistros nos canteiros de obras, nas plantas industriais ou nos demais locais de prestação de serviços, continua elevado. Por ano, a Previdência Social desembolsa R$ 71 bilhões para atender os trabalhadores acidentados. Além desse peso financeiro, repercute nas empresas, como agravante, o afastamento dos trabalhadores da produção.

A quantidade de sinistro nos ambientes de trabalho, de modo especial, na construção civil e no setor elétrico, se nivela a uma guerra permanente, sem haver como se adotar providência concreta para evitar os acidentes. A meta de prevenção existe, mas as falhas reincidem porque patrões e empregados não se conscientizam das consequências pessoais dolorosas dos acidentes e dos encargos debitados à sociedade.

Conforme as estatísticas nacionais de 2010, da Previdência Social, 720 mil trabalhadores foram acidentados e 2.712 faleceram no ambiente de trabalho. Quando do início de suas operações, uma empresa se vê obrigada a cumprir caderno de encargos relativos à segurança de seu quadro de colaboradores, com especificações para cada tipo de atividade. Embora de caráter obrigatório, nem todos seguem essas normas.

A Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no Ceará reconhece ser preocupante o número de acidentes graves, especialmente, em segmentos da indústria da construção civil e das empresas de distribuição de energia elétrica. Em muitas delas, sabe-se que exigem de seu corpo funcional o uso de botas, capacetes, luvas, indumentária e equipamentos adequados ao desempenho de tarefas regulares. No entanto, a ausência de formação dos trabalhadores quanto à necessidade de prevenir sinistro resulta no relaxamento do uso dos equipamentos capazes de evitar os danos imprevistos. Quando há treinamento e atualização constantes sobre os meios de defesa e proteção à vida, a negligência diminui e a segurança no trabalho torna-se real.

O Ministério do Trabalho e Emprego reconhece não ser suficiente a quantidade de auditores fiscais em atuação nas áreas de saúde e segurança no trabalho no Ceará. De outra parte, tramitam 120 inquéritos para apuração das causas de acidentes e definição de responsabilidades. Diante desse contexto, o Conselho Superior da Justiça do Trabalho, o Tribunal Superior do Trabalho, o Tribunal Regional do Trabalho no Ceará e o Ministério do Trabalho e Emprego promoveram um ato público pelo trabalho seguro, na arena do Castelão, em Fortaleza.

Atos semelhantes serão realizados nas demais capitais escolhidas como sede da Copa das Confederações (2013) e da Copa do Mundo (2014). A prevenção será a tônica da mensagem transmitida aos contingentes mobilizados para a preparação dos estádios. As boas condições de trabalho e o baixo número de acidentes devem ser objetivos das empresas que mostram responsabilidade social.


 
 
Fonte: Diário do Nordeste

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