Trabalhadores dormiam com ratos e morcegos em Goiás

O grupo de 24 trabalhadores estava nas fazendas Monte Alegre, Pindaíbas e Cachoeira de Montividiu, todas pertencentes ao grupo Ypagel, nos municípios de Rio Verde e Montividiu. O gerente responsável pela colheita de soja, Antônio Osvaldo Gonçalves, afirmou à Daniel Santini, da Repórter Brasil, que todos os sócios estavam viajando e que não poderiam se pronunciar.

Após o flagrante, foram pagos R$ 175 mil de verbas recisórias para os trabalhadores e os proprietários concordaram em regularizar as condições para que os resgatados pudesse seguir no trabalho, caso desejassem. A agilidade para deixar tudo de acordo com a lei tem relação com os prejuízos decorrentes de um possível atraso no breve período da colheita da soja, que vai de fevereiro a março no Estado. O Ministério Público do Trabalho, que participou da operação junto com o Ministério do Trabalho e a Polícia Federal, negocia um Termo de Ajustamento de Conduta que prevê o pagamento de R$ 300 mil em danos morais coletivos e fiscalizações regulares para verificar se as condições determinadas serão cumpridas.

De acordo com matéria da Repórter Brasil, o estado dos alojamentos era precário, com condições inadequadas de habitação. "Esses locais estavam em péssimas condições. Eram sujos e sem higiene, não tendo nenhuma estrutura para servir como moradias. Os únicos móveis existentes no local eram as camas velhas. Tinha trabalhador que nem colchão tinha, estavam dormindo `na tábua’. Era uma situação de total degradância. Os alojamentos estavam infestados de ratos e morcegos, que, durante o dia, dormiam sossegadamente na cozinha", disse o auditor fiscal do trabalho Roberto Mendes, coordenador da ação.

Ele ressalta que, apesar da situação encontrada nos alojamentos, o maquinário usado na colheita e transporte da soja, bem como no plantio do milho safrinha era de última geração. A fiscalização ocorreu no final de fevereiro, mas agora o relatório da operação foi finalizado e informações completas vieram a público.

A equipe de fiscalização encontrou uma barraca de acampamento na varanda da casa, armada por um dos resgatados que quis evitar o contato com os animais enquanto dormia. Segundo o relatório de inspeção, os trabalhadores que operavam as máquinas para borrifar veneno nas plantações estavam sujeitos a se contaminarem: "a depender do vento, o trabalhador acabaria molhado por veneno (especialmente no rosto, que não tem proteção)", diz o texto. Além disso, nas frentes de trabalho não havia nenhuma estrutura, nem equipamentos de primeiros-socorros, nem banheiros, e nem água.

 Fonte/Foto: Blog do Sakamoto

Nenhum comentário:

Postar um comentário