Ludoterapia e riso ajudam a evitar acidente de trabalho


Fortaleza/CE - Levar ensinamento sobre a saúde no trabalho de forma eficiente, lúdica e cômica. Esse é o perfil do fisioterapeuta Josivânio Silva de Souza, 27 anos, que há um ano vem desenvolvendo atividades de animação em empresas e indústrias, demonstrando como tornar a atividade laboral mais livre do estresse e de outras enfermidades próprias de esforços repetidos ou sem muita motivação. Essas intervenções vêm ocorrendo em diversos Municípios do Estado e, especialmente, nos complexos industriais do Pecém, em São Gonçalo do Amarante, Horizonte e Pacajus.

A irreverência e o bom humor são uma marca das apresentações de Josivânio, o "Palhaço Cajuína", em demonstrações como trabalhar com saúde e ter uma melhor qualidade de vida. O público se diverte e aprende a prevenir doenças.


A quebra da rigidez, do engessamento das relações entre companheiros ou com chefes tem um impacto considerável a partir da aparição de Josivânio, que se traveste do "Palhaço Cajuína" nos eventos que é convidado para informar sobre como prevenir acidentes de trabalho e tornar os ambientes mais seguros e agradáveis. Hoje, ele vem tendo uma agenda bastante concorrida tanto em indústrias nacionais quanto multinacionais, que passaram a compreender melhor a importância da ludoterapia na assimilação de conhecimentos e da liberação das tensões.

"A caracterização de palhaço já é uma forma de mostrar o valor da brincadeira, sem que se perca o foco", afirma o fisioterapeuta. Ele destaca que a iniciativa está longe de se assemelhar a uma prática de infantilização, porque há a graciosidade da abordagem que acaba se tornando um meio de clarear as dúvidas, para que o errado seja trocado pelo certo, indo além das palavras.

Além da comicidade do "Palhaço Cajuína", que interage intensamente, são mostrados vídeos e exibidas teatralmente situações que podem ser reparadas positivamente.

O resultado é que há uma empatia imediata com o evento, a ponto de se repetir os convites e as intervenções nas políticas motivacionais. Os convites ocorrem, principalmente, durante as Semanas Internas de Prevenção de Acidentes (Sipats).

Vocação

Josivânio conta que o estilo de trabalho foi uma alternativa que encontrou para conciliar sua vocação para a arte circense e o interesse profissional pela fisioterapia. "Nunca pensei nessa profissão como status, mas como um mecanismo para prestar ajuda para um público muito necessitado, no caso os trabalhadores", afirma, reconhecendo que, ainda existem poucos profissionais voltados para a saúde do trabalho. O desempenho dessa iniciativa entusiasmou a assistente administrativa de uma grande empresa nacional instalada no complexo do Pecém, Daniele Costa.

Ela conta que, por atuar numa área fabril e relativamente distante da Capital, os funcionários tendem a desenvolver algumas tensões, e que foram discutidas durante a apresentação de Josivânio. Por meio do humor, explicou como se deveria evitar enfermidades por conta do esforço repetido e do estresse.

Irreverência

Daniele diz que o interesse do público foi bastante positivo, que ficou atento às explicações, que eram repassadas de forma irreverente. "Entendo que o mérito maior é porque se faz uma atividade de forma diferente. Poderia apenas mostrar como se faz a ginástica laboral, mas não. Optou pelo humor e tornou-se bem atraente", afirma.

Aliás, Josivânio lembra que apesar da irreverência, todo cuidado é para evitar que se caia no humorismo vulgar e na perda do norte nas suas palestras. Ressalta que o interesse maior é que se aprenda a como lidar com situações que podem parecer complicadas, mas as soluções muitas vezes são bem simples. Antes de optar pela carreira de fisioterapeuta, Josivânio já participava de animações em aniversários infantis, onde surgiu a ideia de criar o "Palhaço Cajuína". Recorda que tinha como modelo de fazer graça o Tiririca e Tom Cavalcante, ambos humoristas do Ceará. A tendência do cearense para o humor, conforme ele, sai naturalmente, e acaba tendo uma aceitação porque se desmitifica a ideia de que é mais fácil fazer alguém chorar do que rir.

No caso de informar sobre como trabalhar melhor e sem riscos para a saúde, considera que encontrou a forma ideal. "As pessoas precisam quebrar o paradigma que devem viver para o trabalho. Na verdade, esse é uma consequência. Se não houver saúde, não tem como ingressar ou mesmo se manter no mercado de trabalho", enfatiza.

 
Fonte:  Diário do Nordeste
Foto:    Diário do Nordeste

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