O presidente Jair Bolsonaro anunciou
pelas redes sociais, que fará uma redução de 90% nas Normas Regulamentadoras
(NRs) de segurança e saúde no trabalho. Conforme um texto divulgado pelo
presidente, “há custos absurdos [para as empresas] em função de uma
normatização absolutamente bizantina, anacrônica e hostil” nesse segmento.
O texto informa que a primeira NR a
ser revista é a de número 12, “que trata da regulamentação do maquinário,
abrangendo desde padarias até fornos siderúrgicos”. A promessa é que o pacote
de revisão seja entregue em junho.
No material divulgado por Bolsonaro,
há frases entre aspas de declarações contra as NRs, mas que não são atribuídas
a ninguém. Entre outras coisas sem autoria identificada, é dito que “existem
quase 5.000 documentos infralegais, portarias, instruções normativas, decretos
da década de 1940 que ainda são utilizados para nossa fiscalização, de forma
arbitrária”.
Mais adiante, o texto diz que “um
pequeno empresário chega a ser submetido a 6,8 mil regras distintas de
fiscalização”. A informação segundo a qual busca-se uma redução de 90% dessas
regras aparece nesse contexto.
O texto diz ainda que, segundo o
secretário especial de Previdência, Rogério Marinho, “a modernização das NRs
faz parte de um processo que tem a integridade fiscal como espinha dorsal, rumo
à retomada do crescimento”. A partir daí, há uma defesa da reforma da
Previdência, do equilíbrio fiscal e do aumento do investimento público.
“Emprego”
O secretário especial de Previdência e
Trabalho, Rogério Marinho, confirmou que a primeira mudança deve ficar pronta
no começo de junho. ele alegou que a medida tem como objetivo diminuir custos
para empresas e gerar empregos no país.
Marinho afirma que as medidas irão
“customizar, desburocratizar e simplificar” as normas regulamentadoras. “Hoje o
industrial brasileiro que compra uma máquina sofisticada normalmente gasta
quase o dobro que o custo de transação, o que encarece nossa competitividade”,
disse em vídeo publicado na internet.
A partir disso, serão revistas as
normas 1, 2, 3, 9, 15, 17, 24 e 28. As regras tratam de insalubridade,
periculosidade, construção civil e trabalho a céu aberto. O secretário alega
que as mudanças estão sendo discutidas pelo governo com trabalhadores e
empregadores, com assessoria da Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e
Medicina do Trabalho (Fundacentro).
“O que queremos é permitir um ambiente
saudável, confortável, competitivo e seguro. Para que a economia brasileira
esteja à altura de outros lugares do mundo para gerar renda e trabalho, com
segurança e saúde para o trabalhador”, afirmou.
A ideia é em até três meses produzir
uma legislação mais flexível e que dê menos discricionariedade aos auditores
fiscais do Trabalho, responsáveis por acompanhar o cumprimento da norma. A
queixa da indústria é que a disparidade de interpretações e uma postura mais
rígida do que a verificada em países com legislação bem rigorosa para produção
de bens de capital, como a Alemanha.
Fonte: Valor
Econômico
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